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16 de dez. de 2010

Dono Da Gol Vai pra cadeia

Nenê Constantino, fundador da Gol, está presoSócio da Gol Linhas Aéreas teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e foi levado no fim da noite para o DPE. Acusado de dois homicídios, o empresário é apontado como o mandante da tentativa de assassinato do ex-genro

Mariana Laboissière

Sócio-fundador da Gol Linhas Aéreas, Nenê Constantino chega ao Instituto Médico Legal (IML) de Brasília após ser detido pela Justiça (Bruno Peres)
Sócio-fundador da Gol Linhas Aéreas, Nenê Constantino chega ao Instituto Médico Legal (IML) de Brasília após ser detido pela Justiça

O empresário Nenê Constantino, sócio-fundador e um dos proprietários da Gol Linhas Aéreas, foi preso na noite dessa quarta-feira, acusado de ser o mandante da tentativa de homicídio de um dos seus ex-genros, o empresário Eduardo Alves Queiroz, em 2008. Nenê estava no Tribunal do Júri de Taguatinga, participando de uma audiência do processo que apura o assassinato de Márcio Nonato Sousa Brito, ocorrido em 2001 — do qual o dono da Gol é também apontado como mandante —, quando chegou o mandado de prisão expedido pelo juiz Fábio Martins.

O empresário foi levado para exames de corpo delito no Instituto de Medicina Legal (IML) e passaria a noite na carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE). De acordo com o diretor da Polícia Civil, Pedro Cardoso, a Justiça decretou a prisão preventiva do acusado — nesse caso, ele pode ficar preso durante toda a instrução do processo. Na decisão, o juiz Fábio Martins recomendou que Nenê Constantino não fosse algemado. Ele também ressaltou que a autoridade policial tomasse cuidados com a idade do acusado e “suas fragilidades naturais” — o empresário tem 79 anos. O magistrado colocou o serviço médico do Tribunal de Justiça do DF à disposição do preso.

A investigação da tentativa de homicídio foi conduzida pela 8ª DP (SIA). Em 5 de junho de 2008, Eduardo Queiroz saía do escritório da empresa de transporte União — pertencente ao grupo comandado por Constantino — quando um homem que estava na garupa de uma moto disparou cinco vezes contra o carro do empresário. Quatro tiros acertaram o veículo do ex-genro do fundador da Gol, mas Queiroz saiu ileso do episódio.

Dois meses antes de ser alvo do ataque, Queiroz — que na ocasião já não estava mais casado com a filha de Constantino — tinha dito em depoimento à polícia que sabia do planejamento para o assassinato do líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito. A audiência de ontem no Tribunal do Júri tratava justamente desse homicídio, do qual Nenê Cons-tantino é acusado de ser o mandante. O advogado Alberto Zacharias, que representa o dono da Gol neste caso, limitou-se a dizer que “estranhou” o mandado de prisão referente a um crime cometido em 2008. Um ano antes, a polícia diz ter evitado a morte de outro genro de Constantino, Basílio Torres Neto. Um grupo de homens foi preso na cidade de Araçatuba, no interior paulista, quando se preparava para assassinar Basílio. De acordo com a polícia, o dono da Gol também foi o mandante do crime
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Mara Puljiz - Correio Braziliense
Publicação: 16/12/2010 10:14 Atualização: 16/12/2010 10:22

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